quinta-feira, 31 de maio de 2012

Liberdade por Fernando Pessoa

Fernando Pessoa foi o maior poeta português do século XX e para alguns o maior de todos os tempos. Também ele escreveu sobre a liberdade.

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Liberdade por Miguel Torga

Miguel Torga foi um brilhante escrito português, trasmontano, nascido em 1907 e que morreu em 1997. Apesar de ter escrito principalmente em prosa, escreveu este belo poema sobre a liberdade.

Liberdade
— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Independência da Índia

          Desde o Século XIX que a Índia lutava pela sua independência da Grã-Bretanha. A independência da Índia surgiu depois da 2ª Grande Guerra Mundial. Um movimento pacifista liderado por Ghandhi fez manifestações pela independência, apesar de serem duramente reprimidas. A Grã-Bretanha teve de aceitar este movimento independentista de modo a evitar uma guerra civil.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mahatma Ghandhi

          Mahatma Ghandhi, nasceu em 1869 e morreu em 1948, e foi o criador do Estado Indiano e defensor do princípio da não-agressão, forma não violenta de protesto, como um meio de revolução. Foi um inspirador de gerações de lutadores pela liberdade, como Martin Luther King Jr. ou Nelson Mandela.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Trova do Vento que Passa

Hoje publicamos um dos mais belos poemas de Abril de Manuel Alegre. Este poema chegou a ser cantado pelo Adriano Correia de Oliveira. É essa mesma versão que publicamos.


Trova do Vento Que Passa

Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
O vento nada me diz.
O vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
Tanto sonho à flor das águas
E os rios não me sossegam
Levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
Ai rios do meu país
Minha pátria à flor das águas
Para onde vais? ninguém diz.
[se o verde trevo desfolhas
Pede notícias e diz
Ao trevo de quatro folhas
Que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
Por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
Quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
Direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
Vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
Ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
Nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
Dos rios que vão pró mar
Como quem ama a viagem
Mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
Vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
E fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
Nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
Só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
À beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
Se notícias vou pedindo
Nas mãos vazias do povo
Vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
Dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
E o vento nada me diz.
Quatro folhas tem o trevo
Liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
Aqueles pra quem eu escrevo.
Mas há sempre uma candeia
Dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
Canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tourada

Hoje é a vez da música Tourada, vencedora de uma Festival da canção e metáfora do Antigo Regime.



Tourada



Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.

Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram as canções.



Letra: Ary dos Santos

Música: Fernando Tordo

Intérprete: Fernando Tordo

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Que força é essa?

Hoje publicamos outra música dedicada à liberdade, desta vez de Sérgio Godinho.

Que Força é Essa?

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades pr´ós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força p´ra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p´ra pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Não me digas que não me compr´endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr´endes
(Que força...)
(Vi-te a trabalhar...)
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Letra, Música e Intérprete: Sérgio Godinho

segunda-feira, 14 de maio de 2012

5000 Visitas

          O nosso blog atingiu hoje as 5000 visitas, ultrapassando as nossas expectativas mais ambiciosas para a duração deste projecto de divulgação do nosso trabalho. Obrigado a todos os que nos visitaram, esperamos que nos continuem a seguir com a mesma assiduidade.


          Os alunos e professores do Projecto Escola Mundo

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dia da União Europeia

          Comemora-se hoje, dia 9 de maio, o dia da União Europeia. A União Europeia (UE), anteriormente designada por Comunidade Económica Europeia (CEE), Comunidade Europeia (CE) e Mercado Comum Europeu (MCE), é uma união de muitos países. Esta união económica e política atualmente tem 27 Estados-membros.

         
          Texto produzido por Nuno Teixeira (n.º 15, 8ºB), José Luís (n.º 12, 8ºB), Joana Teixeira (n.º 9, 8ºB) e Edimilson Guedes (n.º6, 8ºD).

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Grândola, Vila Morena


Hoje publicamos a letra de uma das mais belas músicas de Abril.

           

Grândola Vila Morena




Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade



Letra, Música e Intérprete: Zeca Afonso

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dia Internacional da Liberdade de Imprensa


Hoje, dia 3 de maio, comemora-se dia internacional da liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa implica a imunidade dos meios de comunicação (o que inclui jornais periódicos, livros, revistas, rádio e televisão) ao controle ou à censura do governo. As constituições contêm seções concretas onde se consagra a liberdade de imprensa.


Texto Produzido no Clube do Projeto Escola Mundo por Ismael Magalhães (8ºB, n.º 8), João Teixeira, (8ºB, n.º 10), João Varziela (8ºB, n.º 11) e José Veloso (8ºB, n.º 13).

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ai Timor


Publicamos hoje uma das mais belas músicas feita sobre a luta pela liberdade em Timor Leste.





Ai Timor



Lavam-se os olhos, nega-se o beijo
Do labirinto escolhe-se o mar
No cais deserto fica o desejo
Da terra quente por conquistar

Nobre soldado que vens senhor
Por sobre as asas do teu dragão
Beijas os corpos no chão queimado
Nunca terás o nosso perdão

Ai Timor
Calam-se as vozes
Dos teus avós
Ai Timor
Se outros calam
Cantemos nós

Salgas de ventres que não tiveste
Ceifando os filhos que não são teus
Nobre soldado nunca sonhaste
Ver uma espada na mão de Deus

Da cruz se faz uma lança em chamas
Que sangra o céu no sol do meio dia
Do meio dos corpos a mesma lama
Leito final onde o amor nascia



Letra: João Monge

Música: João Gil

Interprete: Luís Represas